Recuperou-se o imóvel, antigo armazém, localizado na Ortiga, Concelho de Mação, que se encontrava inutilizado e bastante degradado, sem perder as memórias que prevalecem do mesmo, aproveitando as paredes em alvenaria de pedra, utilizando materiais como estruturas e pavimentos de madeira, rebocos à base de cal, telha cerâmica, etc., mantendo a linguagem arquitectónica do “sítio”, e amplia-se com novas construções criando um objecto único destinado a moradia unifamiliar.
As novas construções aproveitam o lugar das ruínas existentes na envolvente, que não estavam em condições de serem recuperadas, optando por uma linguagem arquitectónica que evita o mimetismo, surgem novos materiais como a cobertura em chapa de Zinco com junta agrafada.
A relação com a paisagem e com as construções adjacentes foi considerada primordial.
No seu conjunto a moradia organiza-se privilegiando a vista para o rio Tejo.
Constituída por dois quartos, um deles em suíte, duas instalações sanitárias, uma cozinha com lareira no piso térreo, e sala de estar também com lareira e uma varanda alpendrada no piso 1. Por ser a zona de convívio por excelência, optou-se por localizar esta sala no primeiro andar, criando uma relação com a paisagem circundante do rio , usufruindo das vistas, dos sons das cores e dos aromas.
Essa relação foi vincada, rasgando um grande vão na fachada SE, fazendo a comunicação da sala com a varanda coberta criada de raiz.
O acesso para este primeiro piso efectua-se através de uma escada interior, que se criou no imóvel a recuperar.
Concluiu-se assim a última fase de um projecto familiar, que teve como objectivo reabilitar todas as construções existentes na propriedade conseguindo preservar o aspecto romântico e rústico do sítio.